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Os Novos Padrões de Empresa B e a evolução nos Tópicos de ImpactoIntroduçãoAs principais mudançasOs Novos Tópicos de Impacto1. Propósito e Governança de Stakeholders (PGS)2. Trabalho Justo (SJ)3. Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão (JEDI)4. Direitos Humanos (DH)5. Ação Climática (AC)6. Gestão Ambiental e Circularidade (GAC)7. Assuntos Governamentais e Ação Coletiva (AGAC)Como a NATIVA pode acompanhar sua empresa na jornada BOnde posso encontrar os novos padrões de empresa B completos?

Os Novos Padrões de Empresa B e a evolução nos Tópicos de Impacto

2025

Introdução

O B Lab introduziu recentemente os novos padrões para empresas B, marcando um passo importante na transformação do sistema econômico global. Com a sua introdução, porém, é necessário compreender o que muda na prática.

Em nosso artigo anterior, aprofundamos as principais novidades e como as empresas podem se preparar para atender aos novos critérios. Neste novo artigo, aprofundaremos cada tema de impacto, analisando os objetivos que se propõem a alcançar.

As principais mudanças

Anteriormente,  a Avaliação de Impacto B era composta de cinco Áreas de Impacto: Governança, Trabalhadores, Comunidade, Meio Ambiente e Clientes. Para se tornar B, bastava que a empresa alcançasse ao menos 80 pontos cumulativos nas 5 áreas, dos 200+ pontos totais disponíveis.

A primeira grande mudança é o abandono deste sistema de pontuação. Agora, de acordo com os novos padrões, toda empresa, para se tornar uma B Corp, terá de cumprir todos os requisitos (e seus sub-requisitos), que se enquadram em duas categorias:

  • Requisitos básicos (Foundation Requirements).

    As empresas devem atender a requisitos básicos de elegibilidade, como um modelo legal de governança de stakeholders e uma avaliação de risco com ferramentas próprias do B Lab, que podem gerar sub-requisitos adicionais.

  • Requisitos para os Tópicos de Impacto (Foundation Requirements).

    As empresas terão que demonstrar que atendem a todos os sub-requisitos em sete áreas principais de impacto social, ambiental e de governança, que exploraremos com mais detalhes a seguir.

É fundamental destacar que os sub-requisitos específicos a serem cumpridos por uma empresa serão determinados por fatores como seu porte, setor, indústria e localização geográfica.

Os Novos Tópicos de Impacto

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Infografico: Standards Report, B Lab Europe

 

1. Propósito e Governança de Stakeholders (PGS)

O tópico de Governança e Propósito exige que as empresas incluam um propósito claro de gerar impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente em sua estrutura legal e estratégia. Elas devem criar mecanismos para monitorar o seu impacto social e ambiental, considerar as partes interessadas ao tomar decisões e comunicar seu progresso de forma transparente. 

Quais são os requisitos?
  • A empresa estabelece um propósito público para causar um impacto positivo significativo
  • A empresa considera os seus impactos sobre as partes interessadas na tomada de decisões.
  • A empresa dispõe de procedimentos adequados para tratar as reclamações das partes interessadas.
  • A empresa se empenha em ter um marketing e relações públicas responsáveis.
  • O impacto social e ambiental da empresa e as considerações das partes interessadas são monitorados pelo órgão máximo de governança e estão integrados em toda a empresa.
  • A empresa é transparente quanto ao seu desempenho social e ambiental.
Qual o objetivo deste tópico?

O objetivo deste tópico é garantir que a empresa tenha um compromisso consistente e de longo prazo com a geração de impacto positivo social e ambiental, e que a sua razão de existir seja clara não apenas para a alta governança, mas para todos os funcionários, e, indo além das fronteiras da organização, para todas as suas partes interessadas. 

A empresa deve demonstrar que seu propósito está alinhado ao core business da companhia, através de  práticas e políticas éticas, monitoramento de indicadores, e elaboração e divulgação de relatórios, promovendo a transparência e responsabilidade. Além disso, garantir o engajamento efetivo das partes interessadas em todas as decisões estratégicas, de modo a contribuir com o desenvolvimento sustentável e a criação de valor para a sociedade e o meio ambiente.


 

2. Trabalho Justo (SJ)

O Tópico de Impacto Trabalho Justo visa garantir que as empresas ofereçam empregos de boa qualidade, com salários justos, expectativas claras e processos de escuta ativa dos trabalhadores, promovendo uma cultura organizacional positiva e respeitosa. Esse compromisso envolve não só o tratamento digno a todos os colaboradores, independentemente do setor, mas também a implementação de mecanismos formais de diálogo e monitoramento constante do ambiente de trabalho, alinhando os interesses dos trabalhadores ao propósito da empresa.

Quais são os requisitos?
  • A empresa define expectativas claras para os seus funcionários.
  • A empresa implementa práticas de salário justo.
  • A empresa leva em consideração o feedback dos trabalhadores sobre as decisões que os afetam.
  • A empresa mede a cultura no local de trabalho e toma medidas para melhorá-la.
Qual o objetivo deste tópico?

O objetivo central é avaliar como uma empresa promove ativamente um ambiente de trabalho equitativo, respeitoso e que valoriza seus colaboradores como peças fundamentais do seu sucesso. A organização deve ir além do cumprimento das obrigações legais, estabelecendo uma relação de transparência e confiança mútua com seus funcionários. Isso se traduz na formalização clara das expectativas de trabalho, através de contratos de trabalho claros e completos, na implementação de sistemas de remuneração que sejam justos e transparentes, com políticas que combatem a perpetuação de desigualdades salariais, e na criação de canais eficazes para que a voz dos trabalhadores seja não apenas ouvida, mas considerada nas decisões que os afetam diretamente. 

Além disso, os Novos Padrões promovem a implementação de um salário digno (living wage), incluindo uma lista de 19 fontes aprovadas de pesquisa sobre salário digno ao redor do mundo, cobrindo praticamente todos os países.  

Em resumo, a empresa deve demonstrar sua capacidade de medir, analisar de forma desagregada e melhorar continuamente sua cultura organizacional, assegurando um ambiente psicologicamente seguro e inclusivo para todos.

 

3. Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão (JEDI)

Para combater desigualdades sistêmicas, o tópico de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão (JEDI) exige uma ação intencional e proativa das empresas. Elas devem medir as disparidades entre grupos e implementar planos concretos para construir locais de trabalho que sejam genuinamente diversos, inclusivos e seguros. O objetivo é criar um ambiente seguro e equitativo, que promova o senso de pertencimento e contribua para comunidades mais justas. Este tópico está intrinsecamente ligado a todos os outros.

Quais são os requisitos?
  • A empresa recolhe dados para reportar as suas ações JEDI.
  • A empresa escolhe e implementa ações JEDI.
Qual o objetivo deste tópico?

O B Lab quer impulsionar as empresas a se tornarem agentes ativos na superação de desigualdades sistêmicas, tanto históricas quanto atuais. As organizações devem criar planos intencionais para promover um ambiente de trabalho seguro, equitativo e que promova um forte senso de pertencimento para todos. Para que isso seja possível, as empresas podem escolher aquelas ações que fazem mais sentido para o seu contexto, sendo obrigatória a implementação de pelo menos uma ação JEDI para todas as companhias.

 O foco é direcionado para a geração de impactos positivos, com atenção especial a pessoas de grupos sistematicamente desfavorecidos, reconhecendo os princípios JEDI como um reflexo de direitos humanos e trabalhistas fundamentais. A empresa primeiramente deve ser capaz de coletar dados e criar mecanismos para ouvir suas partes interessadas, e assim entender as disparidades existentes. Em segundo lugar, implementar ações concretas, cuja complexidade e quantidade aumentam conforme o tamanho da empresa. 

4. Direitos Humanos (DH)

Uma inovação importante trazida pelos Novos Padrões, o tópico de Direitos Humanos estabelece que é responsabilidade fundamental das empresas respeitar a dignidade e os direitos de todas as pessoas afetadas por suas atividades. Isso é alcançado por meio de um processo contínuo de due diligence, que envolve identificar, prevenir, mitigar e remediar ativamente quaisquer impactos negativos. O objetivo é incorporar essa responsabilidade na cultura e nas práticas da organização, tratando-a com a mesma seriedade da diligência financeira.

Quais são os requisitos?
  • A empresa se compromete publicamente a respeitar os direitos humanos.
  • A empresa conhece as questões importantes de direitos humanos e tem uma estratégia para resolvê-las.
  • A empresa previne, mitiga e remedia impactos negativos reais e potenciais aos direitos humanos.
  • A empresa trabalha com os fornecedores para atingir seus objetivos em matéria de direitos humanos.
Qual o objetivo deste tópico?

O principal objetivo deste tópico é garantir que as empresas tratem todas as pessoas com dignidade e respeito em todas as suas atividades. As organizações devem assumir a responsabilidade de cuidar para que sua operação não prejudique os funcionários, as comunidades do entorno, e também os clientes. Na prática, as empresas devem garantir que gerenciam seus impactos sobre direitos humanos de forma clara, analisando também a sua cadeia de valor. Para isso, implementam um processo contínuo e progressivo de due diligence em direitos humanos, a fim de construir estratégias de remediação de quaisquer danos causados.

São analisados pontos-chave como a existência de um compromisso público e de uma estratégia clara, que nasce de um estudo para identificar onde estão os maiores riscos de violações de direitos humanos. Além do planejamento, são verificadas as ações do dia a dia da empresa para prevenir, mitigar e corrigir qualquer dano que possa ocorrer em suas operações ou projetos. A empresa também deve demonstrar como estende essa responsabilidade para sua rede de fornecedores, garantindo que o cuidado com as pessoas esteja presente em toda a sua cadeia de valor.

5. Ação Climática (AC)

O tópico de Ação Climática exige que as empresas enfrentem a crise climática de forma estruturada e responsável. As empresas devem medir suas emissões de gases de efeito estufa, estabelecer metas ambiciosas para reduzi-las e implementar planos de transição concretos, contribuindo assim com o esforço global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C e alcançar emissões líquidas zero até 2050.

Quais são os requisitos?
  • A empresa tem um processo para medir anualmente as suas emissões de gases de efeito estufa.
  • A empresa está empenhada em contribuir para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.
  • A empresa implementa e avança em seu plano de ação climática.
Qual o objetivo deste tópico?

O objetivo principal do Tópico sobre Ação Climática é mobilizar as empresas para que assumam um papel ativo no combate à crise climática e seus impactos. Diante da urgência de limitar o aquecimento global a 1,5°C, a intenção é que toda empresa entenda sua responsabilidade, medindo o impacto que gera e se comprometendo a reduzi-lo significativamente.

As empresas devem criar mecanismos de monitoramento dos seus impactos ambientais, e planos de ação concretos e tangíveis para mitigá-los. Os requisitos permitem certa flexibilidade e são adaptados ao tamanho e setor das organizações, pois reconhecem e respeitam as diferenças de capacidade e recursos entre pequenas e grandes empresas. A expectativa principal é que todas sejam capazes de implementar ações viáveis e acompanhar o seu progresso, sempre de maneira pública e transparente, garantindo a confiança das partes interessadas e o compromisso climático.

 

6. Gestão Ambiental e Circularidade (GAC)

O tópico de Gestão Ambiental e Circularidade (GAC) estabelece que as empresas devem atuar como administradoras responsáveis do meio ambiente, indo além do básico para demonstrar liderança em seus setores. A intenção é que elas entendam e gerenciem seus impactos ambientais, adotem modelos de negócios circulares que eliminem o desperdício e minimizem os danos em toda a sua cadeia de suprimentos. Desta forma, as companhias contribuem para um futuro onde os ecossistemas possam se recuperar e prosperar, operando dentro dos limites ecológicos do planeta.

Quais são os requisitos?
  • A empresa conhece os seus impactos reais e potenciais no ambiente.
  • A empresa tem uma estratégia para lidar com os seus impactos ambientais negativos reais e potenciais e para apoiar a permanência
  • dentro dos limites ecológicos.
  • A empresa implementa os princípios da circularidade para reduzir resíduos e seu impacto nos recursos naturais.
  • A empresa toma medidas para prevenir e mitigar seus impactos ambientais negativos reais e potenciais.
  • A empresa trabalha com os fornecedores para atingir seus objetivos ambientais.
Qual o objetivo deste tópico?

Diante de crises como a perda de biodiversidade e a escassez de recursos, o objetivo é que as empresas operem respeitando os limites do planeta, gerenciando com eficácia seus impactos ambientais, com foco na materialidade, no engajamento da sua cadeia de valor e no desenvolvimento de modelos de negócios circulares.

Na prática, a empresa deve demonstrar que transformou sua responsabilidade ambiental em ações concretas. Essas ações vão desde o monitoramento dos seus principais impactos, como o uso de água e energia, a geração de resíduos e os riscos para a biodiversidade, até o desenvolvimento de estratégias de negócio sustentáveis, através de um plano de ação para gerenciar esses impactos, e que envolvam também a sua cadeia de fornecedores.

 

7. Assuntos Governamentais e Ação Coletiva (AGAC)

O tópico de Assuntos Governamentais e Ação Coletiva (AGAC) estabelece que as empresas devem ir além de suas operações e ter um impacto sistêmico mais amplo. Como as empresas podem apoiar movimentos sociais e ambientais, e participar de soluções coletivas para os grandes desafios da atualidade? Além disso, o padrão exige uma contribuição justa e transparente para as economias onde atuam, principalmente por meio de uma abordagem fiscal responsável.

Quais são os requisitos?
  • A empresa adota uma abordagem responsável e transparente em relação a lobby.
  • A empresa trabalha de forma colaborativa para promover impactos sociais ou ambientais coletivos.
  • A empresa adota uma abordagem responsável e transparente em relação aos impostos.
Qual o objetivo deste tópico?

O verdadeiro impacto positivo não se limita a boas práticas internas, mas se manifesta no engajamento com os grandes desafios sistêmicos. Por isso, este tópico expande a responsabilidade de uma empresa para além de suas próprias operações, exigindo uma participação ativa na construção de uma economia mais justa e regenerativa. Isso significa atuar de forma colaborativa para apoiar movimentos sociais e ambientais, influenciar com ética e transparência, e, ao mesmo tempo, contribuir de forma justa para a sociedade através do pagamento responsável de impostos, transformando o dever cívico em um pilar de sua estratégia de sustentabilidade.

Como a NATIVA pode acompanhar sua empresa na jornada B

A NATIVA acredita no modelo B Corp desde sua criação, reconhecendo seu poder transformador para as empresas e a sociedade. Fomos a primeira Empresa B na Itália em 2013 e temos orgulho de ter apoiado mais de 140 empresas em suas jornadas evolutivas que também lhes permitiram se tornar B.

Acolhemos os novos padrões, cientes de que ser uma Empresa B é um caminho de exploração e aprimoramento contínuos.

Se você é uma empresa interessada em conhecer os novos padrões de Empresa B, com o objetivo de melhorar seu impacto ou de se tornar uma Empresa B, entre em contato conosco!

Nós te ajudaremos a desvendar os novos requisitos, entender como eles se aplicam à sua organização e como eles podem apoiar sua jornada de inovação sustentável.

Onde posso encontrar os novos padrões de empresa B completos?

Você pode ler sobre os novos padrões de Empresa B em detalhes no site do B Lab, neste link.

O NOSSO IMPACTO PARA AS EMPRESAS

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